Vaticano teria recebido mais de R$ 1 milhão (Alrededor de 500,000 dlrs) para enterrar mafioso em basílica
 
Chefe de gangue romana foi sepultado ao lado de papas na década de 90
    
Michael Day do Independent (Link original en inglés)
http://www.independent.co.uk/news/world/europe/vatican-accepted-one-billion-lire-to-bury-crime-boss-in-basilica-next-to-former-popes-7689047.html?origin=internalSearch
    
MILÃO   — O Vaticano enfrenta uma grande controvérsia sobre o enterro de um   notório chefe mafioso ocorrido 22 anos atrás, com novas informações de   que a Igreja teria aceitado um bilhão de liras (mais de R$ 1,245   milhão), a antiga moeda italiana, como pagamento de uma viúva para   permitir o enterro de seu marido em uma basílica, ao lado de antigos   papas.
Uma fonte da Santa Sé contou à agência de notícias   italiana Ansa que "apesar da relutância inicial", o então vigário-geral   de Roma, o cardeal Ugo Poletti, "face a um montante tão conspícuo, deu   sua benção" para o   controverso sepultamento de Enrico De Pedis, chefe do grupo mafioso   Banda de Magliana, da capital italiana. O dinheiro teria sido usado em   missões e na restauração da Basílica de São Apolinário, onde De Pedis   foi colocado, ao lado de papas e cardeais, após seu assassinato em 1990.
As   informações, que não foram comentadas pelo Vaticano, podem explicar   como um notório criminoso foi enterrado em um local considerado sagrado.   Na semana passada, para combater as crescentes críticas e ajudar a   resolver o mistério que perdura sobre o assassinato há 20 anos, as   autoridades do Vaticano decidiram retirar os restos mortais de De Pedis   de sua cripta especial.
A pressão aumentou no início deste mês,   quando o procurador Giancarlo Capaldo afirmou que os altos funcionários   do Vaticano sabiam muito mais do que revelavam sobre as ligações do   chefe da Magliana com a Santa Sé e sobre o suposto sequestro e   assassinato de Emanuela Orlandi,   filha de 15 anos de um funcionário do Vaticano, em 1983.
— Há pessoas que ainda estão vivas, e ainda estão dentro do Vaticano, que sabem a verdade — afirmou Capaldo.
Alguns   acreditam que o pai de Emanuela tinha provas ligando o Banco do   Vaticano, Istituto per le Opere di Religione, ao crime organizado, e que   ela foi pega para mantê-lo em silêncio. A teoria é de que De Pedis, que   foi morto a tiros em 1990, organizou o sequestro.
Nas últimas   duas décadas, houve especulações de que os restos mortais de Emanuela   foram postos junto ao túmulo do criminoso. Pietro Orlandi, irmão da   adolescente, integra o grupo dos que pedem para que o túmulo seja   aberto.
O Vaticano — que enfrenta fortes críticas após uma série   de escândalos — negou as acusações e deu a entender que os   investigadores poderão testemunhar a reabertura da cripta, em uma   tentativa de aplacar os rumores.
— Parece que nada foi   escondido e não há segredos do Vaticano a serem revelados — afirmou Federico Lombardin, porta-voz do Vaticano.
Aparentemente,   Enrico De Pedis será transferido para um destino menos badalado. O   local deve ser decidido em um encontro. Mesmo que os restos mortais de   Emanuela não sejam encontrados no túmulo, o mistério que ronda seu   desaparecimento permanecerá.
Outras teorias sobre o destino de   Emanuela também existem. Uma, mais palatável para o Vaticano, sugere que   membros da Magliana a entregaram a extremistas turcos, que queriam   usá-la como objeto de barganha para conseguir libertar Mehmet ALi Agca, o   atirador turco que tentou matar o Papa João Paulo II em 1981.
Mas   outras pessoas acusam Paul Marcinkus, o ex-chefe do Banco Vaticano que   caiu em desgraça e que esteve envolvido com a falência do Banco   Ambrosiano, o maior banco privado da Itália, em 1982.
Pouco depois de o escândalo vir à tona, o presidente do   Banco Ambrosiano, Roberto Calvi, foi encontrado enforcado embaixo da ponte Blackfriars, em Londres.
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